sábado, 3 de setembro de 2011

A Raça dos Titãs em seu Caminho para as Estrelas


As Ruínas de Selinunte
de Murilo Mendes

Correspondendo a fragmentos de astros,
A corpos transviados de gigantes,
A formas elaboradas no futuro,
Severas tombando
Sobre o mar em linha azul, as ruínas
Severas tombando
Compõem, dóricas, o céu largo.
Severas se erguendo,
Procuram-se, organizam-se,
Em forma teatral suscitam o deus
Verticalmente, horizontalmente.

Nossa medida de humanos
– Medida desmesurada –
Em Selinunte se exprime:
Para a catástrofe, em busca
Da sobrevivência, nascemos.

Le rovine di Selinunte

Corrispondenti a frammenti d'astri,
a corpi smarriti di giganti,
a forme elaborate nel futuro,
severe cadendo
sul mare in linea azzurra, le rovine
severe cadendo
compongono, doriche, il cielo ampio.
Severe innalzandosi,
si cercano, si organizzano,
in forma teatrale suscitano il dio
verticalmente, orizzontalmente.

La nostra misura umana
- misura smisurata -
a Selinunte si esprime:
per la catastrofe, in cerca
di sopravvivenza, siamo nati.

(Trad. L. Stegagno Picchio, in Poesia Straniera - Portoghese e Brasiliana, La Biblioteca di Repubblica, p. 599)

Tradução extraída da belíssima página do pesquisador Domenico Conduti "Utopie Calabresi"
http://utopiecalabresi.blogspot.com/2009/12/murilo-mendes-as-ruinas-de-selinunte-le.html
Ismael Nery "Guerreiro"





Gaia

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