quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ירושלים של זהב - Jerusalem of Gold - The Parable of the Three Rings - Nathan, the Wise - A Parábola dos Três Aneis - Nathan, o Sábio - Gotthold Ephraim Lessing

The Hereford Mappa Mundi



The Parable of the Three Rings
Gotthold Ephraim Lessing

An uneasy peace ruled in Jerusalem. Saladin's victory against the Crusaders had cost the Muslims dearly, both in the loss of troops and in the depletion of the royal treasury. Saladin was resolved to rule with civilized humanity as far as possible. But it was an uneasy peace, with Jews, Christians, and the newly victorious Muslims all suspicious of one another.

Thus when Saladin requested an audience with Nathan, a leading Jewish merchant, the latter was very apprehensive about the Sultan's motivation. Nathan was known far and wide not only for his successes in commerce, but also for his skills in diplomacy and negotiation. Jews, Christians, and Muslims alike called him Nathan the Wise.



Nathan's suspicions were well founded, for Saladin was indeed looking to replenish his exhausted coffers with a loan or a gift from his wealthy Jewish subject. Too civil to openly demand such a tribute from the peace-loving Nathan, the Sultan instead masked his request in the form of a theological question.

"Your reputation for wisdom is great," said the Sultan. "You must have studied the great religions. Tell me, which is the best, Judaism, Islam, or Christianity?"

"Sultan, I am a Jew," replied Nathan.



"And I a Muslim," interrupted Saladin, "and between us stands the Christian. But the three faiths contradict one another. They cannot all be true. Tell me the results of your own wise deliberations. Which religion is best?"

Nathan recognized the trap at once. Any answer except "Islam" would offend Saladin the Muslim, whereas any answer except "Judaism" would place his own integrity under question. Thus, instead of giving a direct answer, Nathan responded by relating a parable to Saladin:


In the Orient in ancient times there lived a man who possessed a ring of inestimable worth. Its stone was an opal that emitted a hundred colors, but its real value lay in its ability to make its wearer beloved of God and man. The ring passed from father to most favored son for many generations, until finally its owner was a father with three sons, all equally deserving. Unable to decide which of the three sons was most worthy, the father commissioned a master artisan to make two exact copies of the ring, then gave each son a ring, and each son believed that he alone had inherited the original and true ring.



But instead of harmony, the father's plan brought only discord to his heirs. Shortly after the father died, each of the sons claimed to be the sole ruler of the father's house, each basing his claim to authority on the ring given to him by the father. The discord grew even stronger and more hateful when a close examination of the rings failed to disclose any differences.



"But wait," interrupted Saladin, "surely you do not mean to tell me that there are no differences between Islam, Judaism, and Christianity!"

"You are right, Sultan," replied Nathan. "Their teachings and practices differ in ways that can be seen by all. However, in each case, the teachings and practices are based on beliefs and faith, beliefs and faith that at their roots are the same. Which of us can prove that our beliefs and our faith are more reliable than those of others?"



"I understand," said Saladin. "Now continue with your tale."

"The story is nearly at its end," replied Nathan.
The dispute among the brothers grew until their case was finally brought before a judge. After hearing the history of the original ring and its miraculous powers, the judge pronounced his conclusion: "The authentic ring," he said, "had the power to make its owner beloved of God and man, but each of your rings has brought only hatred and strife. None of you is loved by others; each loves only himself. Therefore I must conclude that none of you has the original ring. Your father must have lost it, then attempted to hide his loss by having three counterfeit rings made, and these are the rings that cause you so much grief."



The judge continued: "Or it may be that your father, weary of the tyranny of a single ring, made duplicates, which he gave to you. Let each of you demonstrate his belief in the power of his ring by conducting his life in such a manner that he fully merits -- as anciently promised -- the love of God and man.



"Marvelous! Marvelous!" exclaimed Saladin. "Your tale has set my mind at rest. You may go."

"Sultan, was there nothing else you wished from me?" asked Nathan.

"No. Nothing."



"Then may I take the liberty to make a request of you. My trade of late has brought me unexpected wealth, and in these uncertain times I need a secure repository. Would you be willing to accept my recent earnings as loan or deposit?"

The Sultan gladly acceded to Nathan's wish.

And thus Saladin gained from his wise Jewish subject both material and spiritual benefit, and Nathan the Wise found a safe haven for his wealth and earned the respect of the Islamic Sultan.



Salahadin: “Eu solicito teus ensinamentos em uma matéria completamente diferente, dado que, aparentemente, tu és tão sábio, diga-me, portanto qual é a fé, qual é a lei que te parece mais luminosa (verdadeira)?”.

Natan: “Sultão, eu sou judeu”.



Salahadin: “E eu, muçulmano. Entre nós, há o cristão. Ora, a verdadeira religião não pode ser senão uma das três. Um homem como ti não permanece fixo em um ponto onde a sorte jogou através do nascimento: ou, se resta, resta consciente, por causa de certas razões, por escolher o melhor.


Vamos! Faça-me, portanto parte de teu pensamento. Faça-me ouvir as razões sobre as quais eu não tive tempo de raciocinar. Faça-me saber, evidentemente em confidência a escolha que estas razões determinaram, para que eu a faça minha. Como? Tu hesitas? Tu me medes com o olhar? Pode ser que eu seja o primeiro Sultão que tenha tal fantasia; fantasia que não me parece, para dizer a verdade, totalmente indigna de um sultão. Não pensas? Então, fala! Explica-te! Ou desejas um instante para refletir? Está bem, eu te concedo. Reflita. Reflita rápido! Eu não tardarei a voltar”.



Natan (sozinho): Hum! Hum! Estranho! O que, pois experimento (digo) eu? Que quer de mim o Sultão? O que? Eu espero dinheiro e ele quer a verdade? A verdade? E a quer, também nua, resplandecente, como se a verdade fosse uma moeda! Sim, se ela fosse ao menos uma velha moeda, daquelas que se valoriza pelo peso! Ainda vai! Mas uma moeda novíssima, que não se pode contar senão no guichê, de fato ela não é isto! Como se põe dinheiro no bolso se introduz a verdade na cabeça? O que, quem é o judeu aqui? Ele ou eu? Mas o que? Por que ele não exigiria a verdade?

Evidentemente abundância de mesquinharia haveria que suspeitar de empregar a verdade como uma armadilha! Isso seria muita mesquinharia? Mas o que é muita mesquinharia para um grande? É certo: ele se introduziu bruscamente no assunto! Ao menos, bate-se na porta, escuta-se primeiramente, quando se aproxima um amigo. Devo estar seguro de meus pensamentos! E como? Como fazer isto? Querer ser judeu a todo preço, não, isto não é possível! E não ser judeu, menos ainda. Pois ele poderia me perguntar, se tu não és judeu, por que não ser muçulmano? Ah! Eu sei! Eu posso me escapar dessa! Não são somente as crianças que se nutrem com contos de fada. Ele vem. Pois que ele venha!”



Salahadin: (Será que teremos o tempo livre agora?) “O que pensas, voltei muito rápido? Estás invadido em tuas meditações? E então, fala? Nenhuma alma nos ouve”.

Nathan: “E de certa maneira o universo inteiro nos ouviria!”



Salahadin: “Nathan está, portanto tão seguro de seu caso? Ah, eis o que eu chamo um sábio! Jamais calar a verdade! Por se inteiramente por ela! Seus bens e seu sangue!”

Nathan: “Sim, certamente, quando for necessário e útil”.

Salahadin: “Doravante, eu ouso esperar fazer juz a um de meus títulos: o de consertador do mundo e da lei”.

Nathan: “Um bonito título, verdadeiramente! Mas, Sultão, antes de confiar inteiramente a ti, permitiria te contar uma pequena história?”



Salahadin: “Por que não? Eu sempre amei pequenas histórias, bem contadas, é claro”.

Nathan: “Ah sim! Bem contada, não é bem meu caso”.

Salahadin: “Já aparece esta modéstia misturada com orgulho? Vamos, conta, conta!”


Nathan: “Há tantos séculos, no Oriente, vivia um homem que possuía um anel de um inestimável valor, era um dom recebido de uma estimada mão. A pedra era opala, que mil cores se misturavam e ela tinha a misteriosa virtude de tornar-se agradável a Deus e aos homens quem a portasse animado desta convicção. Por que se admirar se o oriental a guardava constantemente no dedo, e tomou a decisão de conservá-la eternamente para a sua família.

Eis o que ele fez. Ele entregou o anel ao mais amado dos filhos, e ele decretou que este deveria por sua vez entregar o anel ao seu filho mais amado, e que perpetuamente ao mais amado, sem consideração de nascimento, pela única virtude do anel, este se tornaria o chefe, o primeiro de sua casa. Entendes-me, Sultão”.

Salahadin: “Eu entendo. Siga!”



Nathan: “Desta maneira, de pai para filho, este anel chegou finalmente à mão de um pai de três filhos que os três lhe obedeciam igualmente, a tal ponto que ele, conseqüentemente, amasse os três com a mesma medida de amor. Alguns momentos somente, às vezes este, outras vezes o outro e outras vezes o terceiro, quando cada um se encontrava a sós com ele e que os dois outros não partilhavam o transbordamento de seu coração, aquele lhe parecia digno de seu anel, que ele já teve a piedosa fraqueza de prometer a cada um deles, mas a morte se aproximava e o bom pai entrou no embaraço. Ele tinha pena de entristecer dois de seus filhos, que confiam na sua palavra. O que fazer? Ele enviou secretamente a um artesão, ao qual ele pede para fazer outros dois anéis a partir do mesmo modelo do seu, com a ordem de não economizar nem esforço e nem dinheiro para fazê-los em todos os pontos semelhantes a este. O artista executou o pedido com sucesso. Quando ele trouxe os anéis ao pai, este foi incapaz de distinguir seu anel que serviu de modelo. Contente e alegre, ele convocou seus filhos, cada em separado, deu a cada um sua bênção, e seu anel, e morreu. Tu me escutas, não é, Sultão?”



Salahadin: (que, emocionado, se afastou dele): “eu escuto, eu escuto! Termina logo esta tua história. Está próximo?”

Nathan: “Eu terminei. Pois a seqüência, doravante, decorre dela mesma. Apenas o pai morreu cada um chegou com seu anel e cada um quer ser o chefe da casa. Investiga-se, esforço perdido; impossível provar qual era o verdadeiro anel”. (Após a pausa, durante a qual ele ouve a resposta do Sultão) “Quase impossível provar hoje, para nós a verdadeira crença (religião)”.

Salahadin: “Como? Está aí toda resposta a minha pergunta?”



Nathan: “Peço desculpas simplesmente se eu não risco a distinguir os três anéis, que o pai pediu para fazer com a intenção de que não se poderia os distinguir”.

Salahadin: “Os anéis! Não me enganes! Eu acreditava, que malgrado tudo se poderia distinguir as religiões que eu te nomeie, até pelos vestidos, pela comida, pela bebida!”



Nathan: “De acordo, salvo no que concerne suas razões. Com efeito, não são todas elas fundadas a partir da história? Escrita ou transmitida? E a história não deve ser aceita unicamente pela palavra, pela fé? Ora, a palavra e a fé de quem se põem em dúvida? De si próprio, não é? Dos de nosso sangue, não é verdade? Não é daqueles que depois de nossa infância nos deram prova de seu amor?

Quem jamais nos enganou que onde era melhor para nós de nos enganar? Como eu acreditaria menos em meus pais e tu nos teus? ou inversamente? Não pensas que isto também não seja igualmente verdade para os cristãos?”

Salahadin (a parte): “Pelo Deus vivo! Este homem tem razão. Eu devo me calar”.

Nathan: “Voltemos aos nossos anéis. Como eu já disse, os filhos foram à justiça e cada um jura que ele recebeu diretamente o anel das mãos de seu pai, o que é verdade! Após ter obtido dele, depois de longo tempo, a promessa de deleitar um dia do privilégio do anel, o que não é menos verdade! O pai, afirmava cada um, não poderia ter mentido; e, antes de deixar pairar esta suspeita sobre ele, este tão bom pai, preferiria necessariamente acusar de roubo de seus irmãos, se, aliás, sua intenção não fosse das melhores. Ele saberia, acrescentava cada filho, descobrir os traidores, e se vingaria”.



Salahadin: “E então, o que fez o juiz? Tenho a maior curiosidade em ouvir o veredicto que tu atribuis ao juiz. Fala”!



Nathan: “O juiz disse: ‘Façais, sem tardar, vir aqui vosso pai, ou eu vos expulso daqui. Pensais que estou aqui para resolver enigmas? Ou esperais que o verdadeiro anel comece a falar? Mas, esperem! Eu ouço dizer que o verdadeiro anel possui a virtude mágica de atrair o amor: de tornar-se agradável a Deus e aos homens. Eis aí o que decidirá! Pois os falsos anéis, eles, não terão este poder.

Assim, pois, quem é entre vós que os dois outros amam mais? Vamos, dizei-o! Vós permaneceis calados? Os anéis não têm efeito somente em relação ao passado? Eles não brilham fora deste tempo? Cada um não ama senão ele próprio? Oh! vós sois todos os três de enganadores enganados! Vossos três anéis são falsos. É necessário admitir que o verdadeiro anel se perdeu. Para esconder, para compensar a perda, o pai pediu para fazer três por um”.



Salahadin: “Fantástico! Fantástico”!

Nathan: “E em conseqüência, continua o juiz, se vós não queirais seguir o conselho que eu vos dou no lugar do veredicto, saís! Meu conselho é o seguinte: tomais a situação como ela é. Se cada um possui o anel de vosso pai, então cada um, com todo certeza, considere seu anel como o verdadeiro.

Talvez vosso pai não quisesse mais tolerar por muito tempo em sua casa a tirania de um único anel? E ele estava seguro de vos amar os três e de maneira igual, dado que ele se recusou a oprimir os dois favorecendo um de vós. Vamos! que cada um, com todo seu zelo, imite seu amor incorruptível e livre de todo preconceito! Que cada um de vós se esforce a manifestar em seu anel o poder da pedra!

Que ele acompanhe este poder por sua doçura, por sua tolerância cordial, seus atos bons e entregue tudo isso a Deus! E quando, em seguida, as virtudes da pedra se manifestarão nos filhos de vossos filhos, então, eu vos convoco, em mil vezes mil anos, novamente diante deste tribunal. Então, um mais sábio, não eu, se sentará aqui, e pronunciará. Vamos! Assim falou o juiz modesto”.

Salahadin: “Meu Deus! Meu Deus!”



Nathan: “Salahadin, se tu sentes que é este homem sábio prometido pelo juiz...”

Salahadin (que se precipita sobre ele e lhe toma a mão, que não a abandona até o final): “Eu, poeira? Eu, nada! Ô Deus!”



Nathan: “Que tens então, Sultão?”

Salahadin: “Nathan! Meu caro Nathan! As mil vezes mil anos de teu juiz não são ainda transcorridas. Seu tribunal não é o meu. Vai! Vai! Mas seja meu amigo”.




אויר הרים צלול כיין
וריח אורנים
נישא ברוח הערביים
עם קול פעמונים.

ובתרדמת אילן ואבן
שבויה בחלומה
העיר אשר בדד יושבת
ובליבה חומה



ירושלים של זהב
ושל נחושת ושל אור
הלא לכל שירייך
אני כינור...

חזרנו אל בורות המים
לשוק ולכיכר
שופר קורא בהר הבית
בעיר העתיקה.



ובמערות אשר בסלע
אלפי שמשות זורחות
נשוב נרד אל ים המלח
בדרך יריחו.



אך בבואי היום לשיר לך
ולך לקשור כתרים
קטונתי מצעיר בנייך
ומאחרון המשוררים.



כי שמך צורב את השפתיים
כנשיקת שרף
אם אשכחך ירושלים
אשר כולה זהב

ירושלים של זהב...
















Jerusalem of Gold

The mountain air is clear as wine
And the scent of pines
Is carried on the breeze of twilight
With the sound of bells.

And in the slumber of tree and stone
Captured in her dream
The city that sits solitary
And in its midst is a wall.

Jerusalem of gold,
and of bronze, and of light
Behold I am a violin
for all your songs.

We have returned to the cisterns
To the market and to the market-place
A ram’s horn (shofar) calls out
(i.e. is being heard) on the Temple Mount
In the Old City.

And in the caves in the mountain
Thousands of suns shine -
We will once again descend to the Dead Sea
By way of Jericho!

Jerusalem of gold,
and of bronze and of light
Behold I am a violin for all your songs.

But as I come to sing to you today,
And to adorn crowns to you (i.e. to tell your praise)
I am the smallest of the youngest
of your children (i.e. the least worthy of doing so)
And of the last poet (i.e. of all the poets born).

For your name scorches the lips
Like the kiss of a seraph
If I forget thee, Jerusalem,
Which is all gold…

Jerusalem of gold, and of bronze, and of light
Behold I am a violin for all your songs.






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